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Aspectos Práticos da Governança Corporativa

Aspectos Práticos da Governança Corporativa

Explorando as melhores práticas e desafios na adaptação da governança corporativa às necessidades das entidades.

 

A governança corporativa transcende a simples observância de normas, representando um sistema de princípios, regras e processos que direcionam e monitoram entidades em busca de geração sustentável de valor. No Brasil, sua relevância cresce à medida que avanços regulatórios, como o Código Brasileiro de Governança Corporativa e as normas da CVM e B3, incentivam a adoção de critérios ESG.

 

Conceito e Princípios Fundamentais

 

A governança corporativa é construída sobre cinco pilares éticos: integridade, transparência, equidade, responsabilidade e sustentabilidade. Esses princípios norteiam tanto a estrutura quanto a operação das entidades, promovendo equilíbrio entre os interesses dos stakeholders e contribuindo para um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente.

 

No entanto, não se trata de um modelo rígido. A efetividade da governança depende de sua adaptação à realidade de cada entidade. Sistemas mal ajustados frequentemente se tornam burocráticos e/ou ineficazes, falhando no atendimento às necessidades estratégicas e operacionais da entidade.

 

Desafios e Aspectos Práticos

 

A prática da governança corporativa enfrenta desafios significativos, como falhas na atribuição de competências, formalização de processos e alinhamento entre decisões e a operacionalização das mesmas. Destaca-se:

 

  • Decisões Colegiadas: Decisões colegiadas são frequentemente mais robustas do que as unilaterais. Mas a criação de colegiados exige cuidados, devendo: (i) contar com regras de funcionamento do colegiado bem definidas; (ii) buscar competências diversificadas em seus membros; (iii) fixar devidamente as competências, de forma a evitar extrapolação de poderes por parte do colegiado ou até a delegações de poderes inadequada, em desrespeito a normativos.
  • Diversidade: Embora a diversidade social (gênero, etnia, orientação sexual) tenha avançado, a governança corporativa demanda também diversidade de competências e experiências. Um colegiado homogêneo em formação acadêmica ou setor de atuação pode comprometer a qualidade das deliberações.
  • Transparência Interna: A governança exige mais do que comunicação com o mercado; é necessário assegurar que os membros da entidade estejam informados sobre decisões relevantes que impactem suas áreas de atuação.
  • Formalização de Processos: Atas bem redigidas e registro interno de documentos que embasem decisões são práticas fundamentais para mitigar riscos legais e gerenciais, especialmente em contextos de questionamento de decisões.
  • Embasamento de decisões: Os normativos internos da entidade devem garantir que nenhuma decisão, unilateral ou colegiada, seja tomada sem a correta instrução, documentos e informações indispensáveis à avaliação do tema em análise. Em especial, deve-se sempre considerar a avaliação das áreas de riscos, compliance e jurídica.
  •  

    Impactos na Sustentabilidade e Segurança Jurídica

     

    Boas práticas de governança corporativa estão diretamente relacionadas à segurança jurídica, ao alinhamento estratégico com stakeholders e à redução de riscos. No âmbito ESG, reguladores como CVM e B3 têm incentivado maior transparência e integração de critérios ambientais, sociais e de governança, aplicando o princípio “pratique ou explique”.

     

    Inovação e Adaptações

     

    Entre as inovações, destaca-se a criação de comitês consultivos, especialmente em empresas familiares em processo de profissionalização. Esses comitês agregam experiência e visão estratégica ao processo decisório, sem caráter deliberativo, enriquecendo as análises e a identificação de riscos.

     

    Além disso, a adoção de canais de denúncia independentes reforça a confiança e a autonomia no tratamento de irregularidades, protegendo os envolvidos e assegurando investigações isentas.

     

    A governança corporativa, quando bem estruturada, não é apenas um requisito regulatório, mas um diferencial competitivo. Sua capacidade de gerar valor sustentável, alinhar expectativas e mitigar riscos torna-se indispensável para entidades que buscam crescimento responsável.

     

    A equipe do Pinheiro Guimarães reafirma seu compromisso em analisar e implementar as melhores práticas de governança corporativa, contribuindo para a segurança jurídica e o desenvolvimento sustentável de nossos clientes e parceiros.

     

    Este artigo foi elaborado por Luiza Rosario, advogada nas áreas Mercado de Capitais, Fusões e Aquisições, Private Equity e Venture CapitalContencioso Cível e Arbitragem.

     

    Se você tiver alguma dúvida ou quiser continuar a conversa acerca de qualquer dos aspectos aqui debatidos, entre em contato conosco por meio do e-mail comunicacao@pinheiroguimaraes.com.br.


       

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